luz branca

novembro em porto alegre
a luz branca a um só tempo
dolorosa e quente ergue
o nocivo laranja das pedras grês
a claridade tumular dos basaltos

quase meia vida e
nenhum poder de adaptação

traços que se somam
certezas que se borram
carros que se definem
apagando-se em metálicas faíscas

um grupo de ativistas passa
suam seus corpos nus
suas peles parecem de aço
um tipo repulsivo de liga
avessa às sombras
concreta como um poste

Sobre pedrogonzaga

Músico, professor, tradutor e azarão da escrita. Ver todos os artigos de pedrogonzaga

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